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Independência/50 Anos: Óscar Duarte alerta para crise e pede investimentos no futebol cabo-verdiano

Independência/50 Anos: Óscar Duarte alerta para crise e pede investimentos no futebol cabo-verdiano

 

O ex-selecionador de futebol de Cabo Verde Óscar Duarte, vencedor da Taça Amílcar Cabral’2000, alertou para a estagnação do futebol e pediu mais investimentos desportivo no país e verba específica para o futebol no Orçamento do Estado.
O futebol cabo-verdiano, segundo o antigo seleccionador cabo-verdiano, vive “um momento crítico”, pois, indicou, passados 50 anos da proclamação da independência nacional, no mítico Estádio da Várzea, actualmente a reclamar por obras de remodelação, em toda a dimensão da infraestrutura, o futebol devia estar num patamar “muito mais avançado”, a nível nacional e internacional. 
Em entrevista à Inforpress, Duarte considerou a conquista da Taça Amílcar Cabral, o único título internacional conquistado pela selecção principal de futebol, proeza alcançada na prova disputada entre os estados membros da Zona II do Conselho Superior do Desporto em África no ano 2000, como um “importante reconhecimento para o desporto no país”.
Manifestou preocupação com a queda na frequência de público aos estádios, a falta de investimentos e a ausência de políticas eficazes para o desenvolvimento do futebol local.
"O cenário actual é alarmante. Ir ao Estádio Nacional e encontrar menos de 100 pessoas para assistir a um jogo da selecção é um reflexo da crise que enfrentamos", destacou Óscar Duarte. 
Para este antigo futebolista do Futebol Clube do Porto, de Portugal, e da selecção portuguesa de futebol, “é urgente compensar o formato das competições ou mesmo suspender temporariamente os jogos da selecção para evitar um desgaste maior”.
Duarte também chamou a atenção para a ausência de verbas específicas para o futebol no Orçamento do Estado, o que, a seu ver, dificulta a implementação de projectos estruturantes.
"O futebol é o rei dos desportos em Cabo Verde e deveria ter prioridade. No entanto, ano após ano, vemos o desinteresse crescer, prejudicando não só o desporto, mas o desenvolvimento social do país", afirmou, este que também é Combatente da Liberdade da Pátria e que conseguiu fazer a sua carreira futebolística ao alto nível internacional após regressar das prisões do colonialismo em Angola. 
Outro ponto ressaltado pelo ex-treinador é a necessidade de formação técnica avançada para os treinadores, pois, considerou, “sem investimento e capacitação”, o futebol cabo-verdiano “naturalmente não avançará no cenário competitivo internacional”.
Apesar do diagnóstico sombrio, Duarte mantém esperança no futuro, porquanto acredita que, com “comprometimento governamental e políticas claras”, o futebol, assim como outras áreas, “pode evoluir significativamente”, contribuindo para o desenvolvimento geral do país.
Este alerta surge no momento em que o futebol, uma das maiores paixões nacionais, enfrenta desafios que vão além das quatro linhas, “envolvendo também questões sociais e económicas, que exigem respostas rápidas e eficazes”.
Óscar Duarte, enquanto seleccionador cabo-verdiano de futebol, conquistou a XVI edição da Taça Amílcar Cabral, ao vencer na final realizada no Estádio da Várzea, a sua congénere do Senegal por 1-0, fruto do golo apontado pelo atacante cabo-verdiano Toi d’Sal, à época a militar no Sporting e Braga (Portugal).
Nessa altura, de acordo com o jornal Horizonte, “a vitória da equipa nacional cabo-verdiana, foi considerada pelo Presidente da República, António Mascarenhas Monteiro, como um prémio à nação cabo-verdiana pela passagem do seu 25.º aniversário da Independência nacional” que se comemorava a 05 de Julho de 2000.
A Taça Amílcar Cabral edição 2000 tinha sido disputada simultaneamente nas cidades da Praia e do Mindelo, e Cabo Verde triunfou com um saldo de três vitórias, dois empates, sem qualquer derrota, tendo marcado sete golos contra três sofridos. 
Para a história ficam nomes dos jogadores como Hélder, Tchulas, Loloti, Zé Piguita, Delgado, Lemos, Jair, Bubista, Zezinho, Tony, Bobs, Camelo, Djosa, Finga, Helmes, Pú, Dicha, Caló, Artur Jorge Vicente, Vargas e Tchibas, sob a orientação dos treinadores Óscar Duarte, Inácio Carvalho, popularmente conhecido como Bala, e Pedro Neves (adjuntos), e coordenação nacional de Celestino Mascarenhas. 
Com Inforpress


 

 

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